20
Fev 16
publicado por Nuno Gouveia, às 00:34link do post | comentar

Amanhã realizam-se importantes eleições: na Carolina do Sul no Partido Republicano e no Nevada no Partido Democrata. Não são decisivas, mas podem ditar o afastamento da corrida de alguns candidatos no lado do Partido Republicano, e contribuir para que Bernie Sanders possa afirmar-se como sério candidato à nomeação. 

 

Primárias da Carolina do Sul - 50 delegados no Partido Republicano (urnas encerram às 01h00 Domingo) 

Os vencedores dos sete distritos ficam com três delegados em cada e 29 serão atribuídos ao vencedor do estado. Na prática, se um candidato vencer nos sete distritos fica com os 50 delegados. É esperada nova vitória de Donald Trump, pois lidera as últimas dez sondagens no Estado, mas nos últimos dias os seus números têm descido. Ontem foi publicada uma que colocava Ted Cruz a apenas cinco pontos e hoje outra que colocava Marco Rubio apenas a três pontos. Mas a maioria coloca Trump acima dos 30%, com Rubio e Cruz a disputarem o segundo lugar. Jeb Bush e John Kasich disputam o quarto lugar e Ben Carson aparece em todas em último lugar. As indicações que têm surgido nos últimos dias apontam para uma desistência de Jeb Bush, caso fique atrás de Rubio e Ben Carson poderá não continuar se o seu resultado ficar abaixo dos 5%. Kasich parece determinado continuar até às primárias do Midwest, que acontecerão lá para o inicio da Primavera. Se Trump tiver mais uma vitória confortável, ficará em excelente posição para vencer no Nevada no dia 23 deste mês e com caminho aberto para a Super Terça-feira. Depois do péssimo quinto lugar no New Hampshire, Marco Rubio parece ter recuperado na Carolina do Sul e com os importantes apoios da popular Governadora Nikki Haley e o Senador Tim Scott tem subido nas sondagens. A sua campanha está em crescendo, mas precisa de ter excelente resultado aqui, e desta vez, um terceiro lugar poderá não ser suficiente. Continua a ter hipóteses de ganhar a nomeação mas precisa urgentemente que Kasich e Bush se retirem para ficar como o candidato único do establishment. Ted Cruz espera repetir a surpresa do Iowa, e caso não o consiga, precisa de ficar em segundo. Um terceiro lugar atrás de Rubio coloca-o em maus lençóis.

 

Caucus do Nevada - 43 delegados no Partido Democrata (começam às 18h00 de Lisboa) 

Os delegados são atribuídos proporcionalmente aos resultados. As sondagens no Nevada não são muito fiáveis e há a longa tradição de falharem. Por exemplo, em 2008 Mitt Romney tinha uma vantagem de 5 pontos sobre John McCain e acabou por vencer por 30 pontos. Talvez por isso não há muitas sondagens no Nevada, mas as três que foram conhecidas depois das primárias do New Hampshire colocam Hillary Clinton e Bernie Sanders num empate técnico, com ligeira vantagem para a antiga Secretária de Estado. Isto é particularmente relevante pois em Dezembro, Hillary tinha uma vantagem que oscilava entre os 20 e os 30 pontos. Esta eleição é importante para Bernie, pois tem suscitado um enorme entusiasmo entre os mais jovens, mas não demonstrou ainda que consegue conquistar importantes grupos demográficos nas primárias democráticas: os negros e os hispânicos. Ora, é expectável que cerca de 30% dos eleitores sejam hispânicos e negros, o que pode ajudar Bernie a mostrar que também pode vencer entre as minorias. Até ao momento, Hillary Clinton acredita que tem a eleição controlada na Carolina do Sul (que se realiza na próxima terça-feira), pois o enorme apoio que têm entre os negros não dá mostras de quebrar aí. Olhando para os números conhecidos, creio que mesmo que Hillary Clinton perca no Nevada, vencerá facilmente na Carolina do Sul, onde a percentagem de negros ultrapassa os 50%. Além disso, esta semana saiu uma sondagem da PPP nos estados da Super Terça-feira, que colocava Hillary a vencer em 10 dos 12 estados. Se isso se mantiver assim, pode arrumar com a questão nesse dia. Mas tudo está em aberto e se Bernie vencer no Nevada e ficar próximo na Carolina do Sul, o resultado é imprevisível. Diria que Clinton continua a ser muito favorita, mas as coisas podem mudar um pouco depois dos resultados de amanhã.

 


07
Nov 12
publicado por Alexandre Burmester, às 15:35link do post | comentar | ver comentários (22)

 Os níveis de afluência de um lado e de outro terão acabado por ser determinantes, embora a afluência global nestas eleições tenha ficado aquém da de 2008. O notável, sem dúvida, foi como a coligação democrática se aguentou, como o Nuno já referiu. O peso eleitoral de jovens e minorias manteve sensivelmente a mesma força relativa que em 2008, e poderá ser um factor a manter-se no futuro. A diminuida margem de vitória do Presidente Obama (um caso raro em eleições presidenciais, como o Nuno também referiu), de 52/45 para 51/49, terá ficado a dever-se aos melhores números de Mitt Romney junto dos independentes em comparação com John McCain, já que a afluência republicana não terá sido muito diferente, proporcionalmente, da de 2008. Digo isto tudo tendo apenas visto os números por alto, mas parece-me serem estas as conclusões.

 

Assim sendo, há que tirar o proverbial chapéu às sondagens estaduais, pois a grande maioria delas sempre previu a manutenção da afluência da coligação democrática, ao contrário das sondagens nacionais de empresas como a Gallup e a Rasmussen. A primeira, que chegou a dar vantagens de 5/6 pontos a Romney antes do Furacão Sandy, previa uma superioridade republicana na afluência, e a segunda trabalhou com base numa média entre a afluência de 2008 e a de 2004.

 

Finalmente: qual terá sido o verdadeiro efeito do "Sandy"? Bem, particularmente, acho que o espectáculo do "Furacão Christie" (o Governador republicano de New Jersey, Chris Christie) de braço dado com o Presidente Obama aquando da visita deste a a New Jersey terá tido um efeito mais importante que propriamente o furacão em si mesmo, ao permitir ao Presidente mostrar-se amistoso e cooperante com o partido adversário. Muitos republicanos não perdoarão a Christie - um potencial candidato nas primárias do partido em 2016 - mas há que não esquecer que o homem é o governador republicano de um estado acentuadamente democrático e que, daqui a um ano, enfrenta uma campanha de reeleição.


06
Nov 12
publicado por Nuno Gouveia, às 22:57link do post | comentar

Não sabemos se será uma eleição muito renhida ou não. Desconfio que sim. Mas cuidado com as exit polls, pois numa eleição competitiva podem enganar. Em 2000, George W. Bush foi considerado vencedor ao inicio da noite, a meio da noite tínhamos o Presidente Al Gore e no inicio da manhã não sabiam quem tinha sido eleito. Em 2004, ao inicio da noite as exit polls entronizaram o Presidente John Kerry, mas no final da noite, George W. Bush tinha sido reeleito. Por isso, prudência, especialmente se as exit polls apontaram para uma eleição competitiva. 


05
Nov 12
publicado por Alexandre Burmester, às 21:29link do post | comentar | ver comentários (5)

À boca das urnas, as mais recentes sondagens - de facto "tracking polls" - da Rasmussen e da Gallup dão o mesmo resultado. A Gallup tinha interrompido as suas sondagens desde o Furacão Sandy, mas é de notar que, antes desse fenómeno natural, vinha dando vantagens de 4% a 6% a Mitt Romney.

 

Aparentemente a boa resposta - pelo menos do ponto de vista mediático - do Presidente Obama ao furacão granjeou-lhe alguma simpatia de última hora.

 

Está tudo mesmo muito renhido. Amanhã a Rasmussen publicará ainda uma sondagem. Acho que vai ser uma longa noite, e, se calhar, mais que isso, pois os regulamentos de contagem dos votos dos ausentes no crucial estado do Ohio poderão atrasar o resultado algumas semanas, caso nenhum dos candidatos aí obtenha uma vitória suficientemente clara. Diga-se, a este propósito, que os candidatos democratas costumam conseguir uma votação nacional superior à que obtêm no Ohio, pelo que estas sondagens não são, aparentemente, muito simpáticas para Obama.

 


publicado por Nuno Gouveia, às 18:25link do post | comentar | ver comentários (2)

Se fizermos uma análise baseada somente nas sondagens dos swing-states das últimas semanas, diria que Obama é favorito para vencer no Ohio, Nevada, Wisconsin, Iowa, Pensilvânia, New Hampshire e Michigan. Mitt Romney terá ligeira vantagem na Florida, Colorado, Carolina do Norte e Virgínia. Se for este o resultado final, Obama vencerá por 281 votos eleitorais contra 257. Mas as diferenças na maioria dos estados são tão pequenas, dentro da margem de erro, que é fácil prever alterações de última hora. Isto, além das dúvidas que manifestei anteriormente neste post sobre a composição do eleitorado e que para mim poderá ser decisivas no desfecho destas eleições. 

 

Partido desse cenário que tracei, Mitt Romney precisa de vencer no Ohio ou no Wisconsin e noutro estado. A alternativa mais complicada seria vencer na Pensilvânia, o que não me parece um cenário muito plausível. Já Obama tem uma séria hipótese de vencer no Colorado e Virgínia, estados que coloquei do lado de Romney, mas que nestes últimos dias têm aparecido muito mais renhidos. Reside sobretudo aqui o ligeiro favoritismo que os media têm atribuído a Obama nestes últimos dias.

 

Surpresas? Se um dos candidatos conseguir arrebatar a esmagadora maioria dos indecisos e vencer com uma margem confortável (pouco provável) podem acontecer dois cenários: Obama ganhar todos estes swing-states menos a Carolina do Norte, que me parece perdida para Romney. Se a corrida cair totalmente para o lado de republicano, este poderá vencer no Ohio, Wisconsin, New Hampshire, Iowa e provavelmente na Pensilvânia. A minha previsão? Nenhum candidato ultrapassará os 300 votos eleitorais.

 


04
Nov 12
publicado por Nuno Gouveia, às 15:35link do post | comentar | ver comentários (3)

Não costumo levar em consideração sondagens isoladas, até porque quando não há outras que sustentem os seus resultados, o mais provável é que sejam outliers. Mas neste fim de semana foram publicadas três sondagens que, se confirmadas na terça-feira, colocam a "corrida" numa situação verdadeira explosiva. No Michigan, a Baydoun/Foster (D) dá uma vantagem de 1 ponto a Romney; na Pensilvânia, a Tribune-Review/Susquehanna dá empate a 47%. Ontem, no Minnesota, a American Future Found (R) dá um ponto de vantagem a Romney. Quer isto dizer que acredito que Romney pode vencer estes três tradicionais blue states? Não propriamente (especialmente no Michigan e Minnesota). Mas é mais uma indicação que a eleição será extremamente competitiva, e que devemos estar em alerta em relação a possíveis surpresas nestes estados.


03
Nov 12
publicado por Alexandre Burmester, às 21:40link do post | comentar | ver comentários (13)

É normal as diferenças entre os candidatos diminuirem nos dias que antecedem as eleições. Este ano, tivemos também um fenómeno extra-humano (Al Gore diria que não o é), que foi o Furacão Sandy, o qual permitiu ao Presidente Obama assumir-se como presidente durante uns dias, em vez de ter de estar na pele do simples candidato Obama, o que decerto lhe terá trazido um aumento de popularidade.

 

Desde a chegada do furacão, temos estado restringidos em termos de sondagens, como já referi , e essencialmente tem-nos faltado a "tracking-poll" da Gallup, que estava a dar a Mitt Romney vantagens nunca inferiores a 4% desde há algum tempo.

 

A Gallup irá, segundo informa, publicar apenas mais uma sondagem antes das eleições, mas essa não é a questão essencial, até porque há outras sondagens respeitáveis. As coisas podem ter-se tornado mais renhidas, favorecendo Barack Obama, mas a questão essencial, mais histórica e estatística que meramente sujeita ao mundo cada vez mais incerto das sondagens, é que as questões básicas, os "fundamentals", continuam a ser desfavoráveis ao Presidente: menos de 40% dos americanos acham que o país está "no caminho certo", e a taxa de desemprego subiu para 7,9% no último mês.

 

Nenhum presidente, desde Franklin Roosevelt em 1936, foi reeleito com uma taxa de desemprego superior a 7,2%.

 

Quanto ao Colégio Eleitoral, último refúgio e esperança daqueles que temem perder o voto popular, sejam de que partido forem:  se qualquer dos dois candidatos tiver uma vantagem no voto popular superior a 1%, dificilmente perderá no Colégio Eleitoral.

 

Terca-Feira vai ser uma longa noite! 


02
Nov 12
publicado por Nuno Gouveia, às 16:37link do post | comentar

As sondagens nacionais neste último mês deram ligeira vantagem a Mitt Romney, enquanto Barack Obama liderou as sondagens em alguns dos principais swing-states. Nos últimos dias, talvez à boleia do efeito Sandy, Obama voltou a empatar a corrida nacional. Atente-se à Gallup: nos últimos 15 dias em que publicou a sua tracking poll, Romney esteve sempre com mais de 50 por cento. Nas sondagens estaduais da Quinnipiac, e não só, Obama tem quase sempre aparecido com vantagem, principalmente no Ohio, Wisconsin e Iowa, três dos mais importantes estados para esta eleição. 

 

Qual é a principal questão relativa a estas sondagens? Elas podem estar todas correctas, mas a diferença é que tipo de eleitorado estão a prever. A maioria parte das sondagens estaduais prevê uma adesão às urnas de democratas semelhante a 2008, enquanto a Gallup prevê que o número seja mais ou menos idêntico entre democratas e republicanos. Em 2004 a percentagem de democratas que votou foi a mesma do que republicanos. Em 2008, numa eleição atípica, Obama conseguiu levar às urnas mais 8% de democratas em relação aos republicanos. Nas eleições intercalares de 2010, os republicanos ultrapassaram os democratas em termos nacionais.

 

Claro que não tenho certezas nenhumas, mas se considerarmos que a verdade estará no meio entre estas duas previsões, os democratas não terão a vantagem que tiveram em 2008, mas também não será equiparada a 2004, quando os republicanos “empataram” com os democratas. Hoje em dia há menores eleitores registados republicanos do que em 2004. Ou seja, pelos dados que tenho recolhido de diversas análises, o saldo final poderá ficar a meio termo, com ligeira vantagem dos democratas, até pelo facto que a demografia das minorias os favorece. Dado que a maioria dos estudos indica que Mitt Romney recolhe a maioria das preferências do eleitorado independente, que em 2008 deu vantagem a Obama em mais sete pontos, acredito que o desfecho destas eleições vai ser ditado pelo tipo de eleitorado vamos ter. Se os democratas representarem 3 ou mais pontos em relação aos republicanos, é provável que  Obama seja reeleito. Mas se a vantagem democrata for menor, e a superioridade entre os independentes que votar em Mitt Romney for significativa, como a esmagadora maioria dos estudos têm apontado, então acredito que este será eleito. 

 

Expectativas das campanhas:


Em 2008 o eleitorado foi composto por 76% de eleitores brancos, 12% de negros, 8% de hispânicos e de 2% de asiáticos, segundo números da Gallup. A esperança para Obama manter uma representação de eleitores democratas que lhe permita vencer, e que tem sido defendido pelos seus estrategas, é que o voto dos brancos irá baixar um ou dois pontos, com ganhos entre as minorias. Como este tipo de eleitorado tenderá a favorecer Obama, pode fazer a diferença e conter maior entusiasmo entre os republicanos. Por outro lado, esperam manter o nível de entusiasmo elevado entre os jovens e as mulheres, que impeça o natural crescimento dos republicanos. 

 

Os republicanos esperam que o maior entusiasmo que as sondagens têm indicado leve um número recorde dos seus eleitores às urnas, esbatendo a diferença de 2008. Por outro lado, se a vantagem nas preferências dos eleitores independentes for grande, do tipo de 5 ou mais pontos, isso poderá inclinar a corrida decisivamente para eles. Normalmente a maioria do eleitorado independente decide o vencedor. Excepção desde 1976? John Kerry, mas que apenas venceu por 1% neste segmento dos eleitores. 


31
Out 12
publicado por Nuno Gouveia, às 14:14link do post | comentar

A credibilidade das empresas de sondagens também vai a votos no dia 6 de Novembro. Várias dúvidas têm sido suscitadas por diversos analistas, principalmente republicanos, mas também independentes, como Mark Halperin ainda hoje o fez no Twitter. O comentador da Time questionou porque razão tantas sondagens continuam a dar vantagem a Obama, quando Romney surge sistematicamente à frente entre os independentes, mas também porque razão têm colocado tantos democratas nas amostras. Exemplo flagrante: na última sondagem da Quinnipiac na Florida, Obama aparece com um ponto de vantagem, mas esta tem +7 Dems em relação a Reps (em 2008 foi +3) e Romney está a ganhar nos independentes por 5%, enquanto em 2008 Obama venceu neste segmento do eleitorado por 7 pontos. No final, Obama derrotou John McCain na Florida por 2 pontos percentuais. Este tipo de resultados tem sido usual em diversas empresas de sondagens, principalmente ao nível estadual, o que indica que preveem que um nível de participação superior do eleitorado democrata em relação a 2008, em muitos casos inferior de republicanos, e que a viragem que Romney conseguiu no eleitorado independente (na Florida, segundo esta sondagem, é uma recuperação de 12 pontos) não será suficiente para derrotar Obama. Algo não bate certo neste tipo de sondagens: ou estão mesmo a dar colocar demasiados eleitores democratas ou as preferências dos eleitores independentes não podem estar correctas. Alguns democratas têm dito que muitos republicanos dizem-se independentes quando na verdade não o são, mas confirmar-se esta acepção significaria que haveria um histórico baixo nível de participação entre os eleitores independentes. Por outro lado, nos últimos ciclos eleitorais, os independentes decidiram a nome do vencedor. Excepção? 2004, quando John Kerry venceu George W. Bush por dois pontos. 

 

Questões para verificar após as eleições: a vantagem da participação eleitoral dos democratas em relação aos republicanos aumentou em relação a 2008? Confirma-se que Mitt Romney irá vencer no eleitorado independente, em alguns estados por margens superior a 10%? Quem foram as empresas de sondagens que mais acertaram? Por exemplo, a Rasmussen no Ohio, que prevê mais ou menos a mesma participação de Reps e Dems, e a Quinnipiac, que prevê uma vantagem de +8 dos Dems (em 2008 foi +7). E em relação às sondagens nacionais; quem acertou? A Gallup e a Rasmussen, que tem dado vantagens consideráveis a Mitt Romney, as sondagens que têm dado empate técnico, como a Pew, Politico ou NPR, ou as quem tem colocado Obama sistematicamente à frente, como a da Investor Business Daily?

  

Estas eleições não se esgotam no dia 6 de Novembro. Além da muito previsível confusão pós votação, com contagens e recontagens ou até a divisão entre voto popular e colégio eleitoral, teremos também que analisar quais foram as empresas mais competentes.

 


28
Out 12
publicado por Nuno Gouveia, às 22:42link do post | comentar | ver comentários (3)

O Ohio, estado onde tudo se pode decidir, permanece uma grande incógnita. Hoje o Cincinnati Enquirer, um dos maiores jornais do estado, publicou uma sondagem com um empate a 49%.  Quer isto dizer que a corrida está empatada? Penso que Obama continua com vantagem, pois a última vez que foi publicada uma sondagem com Romney à frente foi no dia 12 de Outubro. Segundo o Real Clear Politics, ainda surge com uma média superior de 1,9% e este número tem sido relativamente estável nos últimos dias. O governador republicano do Ohio, John Kasich disse hoje que as sondagens internas têm colocado Romney à frente, mas sabemos que isso pode não ser verdade. Para Romney vencer terá começar a apresentar melhores números. 


Os endorsements dos jornais normalmente têm pouca relevância. Mas há alguns mais importantes do que outros. O Des Moines Register, o maior jornal do Iowa e normalmente conotado com os democratas, declarou hoje o seu endorsement a Mitt Romney, um movimento que terá surpreendido até os próprios republicanos. Desde 1972, quando apoiaram Richard Nixon, que o jornal de Des Moines declarava o apoio a candidatos democratas? Terá grande influência no estado? Duvido, mas numa corrida renhida, mal não fará a Romney. 

 

Barack Obama teve ontem a oportunidade de fazer algo em campanha que o seu adversário não pode: beber uma cerveja com apoiantes. Num bar no New Hampshire, Obama foi desafiado a brincar com apoiantes, algo que não negou. Tentativa de captar o "beer vote", um segmento do eleitorado enorme nos Estados Unidos? 

 


26
Out 12
publicado por Nuno Gouveia, às 17:37link do post | comentar | ver comentários (16)

Esta pergunta tem duas respostas e o conteúdo dependerá sobretudo de quem a responde e quais as suas preferências. E o pior é que não consigo ter argumentos suficiente válidos para desqualificar qualquer das respostas, pois ambos os lados têm boas razões para a sustentar. Eu, como não tenho dotes visionários, diria que ambos estão certos, portanto neste momento estamos num puro empate técnico. 

 

Do lado republicano, há bons argumentos, quase todos eles baseados nas sondagens nacionais. Ontem nas tracking polls da Gallup, Rasmussen e ABC News/Washington Post Romney aparecia com 50%, sinal claro da sua vantagem nacional. E com essa dinâmica, se as eleições fossem hoje, o mais certo seria uma vitória de Romney por 53%-47%, naquilo que Newt Gingrich ontem chamou da "Carville Rule": o incumbente normalmente não tem mais do que as últimas sondagens lhe atribuem, indo um pouco ao encontro do que Dick Morris tem vindo a dizer, que os indecisos nos últimos dias da campanha tendem a cair para o lado do challenger. Se as sondagens nacionais estão correctas, e a vantagem de Romney é esta que estas tracking polls indicam, então é provável que Romney esteja à frente. É que ninguém acredita que se Romney vencer por mais de 1% no voto popular não tenha a maioria no colégio eleitoral. 

 

Mas os democratas que têm vindo a dizer que Obama está à frente também têm bons argumentos para o afirmar. Nos swing-states, Obama tem mantido uma importante vantagem nos decisivos estados do Ohio, Nevada, Iowa e Wisconsin. Assumindo até que a Virginia, a Florida, o Colorado e até o New Hampshire tombam para o lado de Romney, este precisará sempre de vencer o Ohio ou o Wisconsin ou o Nevada e o Iowa juntos. E nestes quatro estados, nos últimos dias nenhuma sondagem colocou Obama atrás do republicano, o máximo que tivemos foram empates, ao contrário dos outros swing-states que referi. Estes parecem-me ser argumentos convincentes para afirmar a vantagem de Obama actualmente, que mesmo assim ainda compete nos restantes estados com Romney. 

 

Diria que se matemática das sondagens nacionais favorece Romney, nos swing-states o favoritismo é de Obama. São estes que irão decidir o vencedor, ao mesmo tempo que se Romney vencer por mais de 51%, será quase certo que irá ser eleito. Recordo que em 2000, quando George W. Bush venceu Al Gore com menos votos, o resultado foi 47,9-48,4. Nesse ano houve o factor Ralph Nader, com 2,74%. Será Gary Johnson o candidato que pode retirar a vitória a Romney? Será que as sondagens nacionais destas empresas estão erradas? Será que nos swing-states Obama não tem assim tanta vantagem como parece? Tudo questões de difícil resposta neste momento. 


25
Out 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:30link do post | comentar | ver comentários (6)

Segundo uma sondagem da Gallup, 46% dos americanos considera que Mitt Romney venceu os debates, enquanto 44% atribui a vitória a Barack Obama. Para a Rasmussen, Romney, com 49% saiu vencedor, contra 41% de Obama. A diferença está na amostra: enquanto a Gallup sondou todos os americanos, a Rasmussen apenas questionou os prováveis eleitores, um número mais friendly para Romney. Os estudos de opinião nacionais continuam a dar vantagem para Romney: Gallup +3, Rasmussen +3,  ABC/ Washington Post +3 e Associated Press +2 - enquanto Obama lidera na IBD/TIPP +2. Nos swing-states, Obama mantem-se ligeiramente à frente. 

 

Colin Powel, antigo Secretário de Estado de George W. Bush, repetiu hoje o apoio que dera a Barack Obama em 2008. Por outro lado, no campo dos endorsements dos jornais, uma velha tradicão da imprensa americana, o Washinton Post repetiu o apoio dado a Obama em 2008, enquanto o influente Detroit News do Michigan apoiou Mitt Romney. Também este não é surpresa, pois já em 2008 tinha apoiado John McCain. O mesmo aconteceu com o New York Post, que se manteve na coluna republicana. De notar que até ao momento não houve grandes alterações em relação a 2008. Entre os grandes jornais que já declararam o seu endorsement, apenas destaque da passagem do Houston Cronicle e do Orlando Sentinel do campo de Obama para Mitt Romney. 

 

A equipa de Mitt Romney anunciou hoje que angariou na primeira metade do mês de Outubro 111 milhões de dólares e lançou um apelo aos seus apoiantes para contribuírem com mais dinheiro. Será que vão expandir o investimento publicitário a outros estados, como defendeu Karl Rove na semana passada? 


19
Out 12
publicado por Nuno Gouveia, às 20:48link do post | comentar | ver comentários (16)

Considerando todos os dados conhecidos, nomeadamente as sondagens, mas também os movimentos de ambas as campanhas, acredito que esta é a actual situação da corrida. Este mapa explica também porque a generalidade dos analistas considera que, apesar da recuperação de Mitt Romney, Barack Obama ainda é o favorito a vencer as eleições de 6 de Novembro. Se as eleições se realizassem amanhã, muito provavelmente seria reeleito. 

 

Mas este facto não invalida as dificuldades que a campanha de Obama atravessa. Se fizéssemos uma análise semelhante há duas semanas atrás, os estados da Florida, Virgínia, Colorado e New Hampshire estariam na coluna de Obama. E os últimos números que foram publicados do Iowa (sondagem da empresa democrata PPP dá vantagem de 1% a Romney) também não lhe são muito favoráveis. Mas olhando para este mapa, podemos concluir que será o Midwest a determinar o nome do vencedor. Romney não conseguirá ser eleito sem vencer pelo menos um destes estados: Pensilvânia, Michigan, Wisconsin e o problemático Ohio (recordo que nunca um republicano foi eleito sem vencer este estado). E nos dois primeiros nenhum republicano vence desde 1988, enquanto no Wisconsin desde o landslide de Reagan em 1984. No entanto, o Wisconsin parece ser a melhor hipótese extra Ohio. George W. Bush ficou muito perto de derrotar Al Gore e John Kerry aqui. A alternativa pode ser vencer o Iowa+Nevada, mas este último parece quase impossível, a acreditar nas sondagens. Apesar de aparecer sempre perto, em nenhuma sondagem dos últimos meses apareceu à frente de Obama. Estas contas explicam o ainda favoritismo de Obama. 

 

Por fim, uma nota sobre algo que me tem intrigado bastante: o sentido de voto dos independentes. Em quase todas as sondagens que tenho visto Mitt Romney aparece à frente de Obama neste segmento do eleitorado, e por vezes, com grande vantagem. Será que se estes números se confirmarem, não haverá mais estados a caírem para o lado do republicano? Este post no GOP 2012 do The Hill analisa este tema


publicado por Nuno Gouveia, às 00:06link do post | comentar | ver comentários (5)

A Gallup é provavelmente o nome mais credível no mundo das sondagens americanas. Hoje coloca Mitt Romney com uns surpreendentes 52% contra 45% de Obama. Ontem Karl Rove disse que nunca um candidato que teve uma vantagem tão grande na Gallup a meio de Outubro perdeu as eleições. Mas o "problema" com estes números é que as restantes tracking polls dão resultados bem diferentes, com a Rasmussen a dar dois pontos a Romney e a da Investor Bussiness Daily a dar empate. Além disso, nos Swing-states há um relativo equilíbrio, até com alguma vantagem para Obama no Ohio, Iowa, New Hampshire e Wisconsin, os estados que o Presidente parece mais apostar nesta recta final. Se Romney estivesse verdadeiramente sete pontos à frente, os resultados seriam diferentes nos swing-states. O mais certo é que seja um outlier, mas sendo da Gallup fica sempre no ar a dúvida. 

 

Segundo uma sondagem da Pew Research, e a quatro dias do último debate sobre política externa, Mitt Romney recuperou terreno na percepção dos eleitores relativos a esta temática: 47% dos eleitores considera Barack Obama mais capaz de tomar decisões sobre política externa, enquanto 43% dá a Mitt Romney vantagem. Esta é uma grande alteração em relação ao passado recente. No último estudo da Pew, Obama tinha 15 pontos de vantagem sobre Romney. Segundo a Pew, é na China que Romney tem vantagem sobre Obama, o que se percebeu facilmente no último debate. Um aperitivo para o debate de segunda-feira. 

 

A revista Newsweek irá deixar de ser impressa em 2013, ficando apenas com presença no digital. A actual directora, Tina Brown, assumiu no ano passado a liderança da revista com a promessa de a revigorar. Depois de algumas capas bombásticas e uma viragem à esquerda, a revista não resistiu à crise que afecta quase todos os meios impressos. Não deixa de ser um sinal dos tempos, uma das publicações mais antigas dos Estados Unidos morrer desta forma. A partir de agora a Newsweek irá ser o Daily Beast


17
Out 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:24link do post | comentar

 

E se Mitt Romney ganhou o debate da noite de ontem? Bem, mesmo sem ver as sondagens ontem disse no Twitter que Barack Obama teria vencido o debate (a minha opinião), o que foi confirmado depois pelos estudos publicados pelas diversas empresas. Mas depois de ler este post no Buzzfeed, onde é analisada ao pormenor a sondagem da CNN, que deu a Obama a liderança no debate, com 46% contra 39%. É que nos quatro principais assuntos desta campanha - economia, impostos, saúde e défice - foi Romney quem teve melhor avaliação do público. No final da semana teremos mais dados para avaliar isto. Se Obama inverteu o rumo das sondagens, se Romney mantém a tendência. 


15
Out 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:40link do post | comentar | ver comentários (10)

Uma sondagem da Gallup/USA Today dá hoje uma vantagem de 5% a Mitt Romney sobre Barack Obama em 12 swing-states (Nevada, Colorado, Novo México, Iowa, Wisconsin, Michigan, Ohio, Pensilvânia, Virginia, Carolina do Norte, New Hampshire e Florida). Esta sondagem é surpreendente se tivermos em conta que inclui o Novo México, Michigan e Pensilvânia, estados estes que têm estado claramente na coluna de Obama. A grande novidade? Empate no voto feminino nestes estados. Na média do Real Clear Politics, Romney surge com a vantagem de... 0,1%. 

 

Mitt Romney angariou cerca de 170 milhões de dólares durante o mês de Setembro. Uma soma fantástica, mas mesmo assim inferior aos 181 milhões de Barack Obama, que se tornará em breve o primeiro candidato a ultrapassar os mil milhões de dólares numa campanha. Na angariação de fundos, Obama já ganhou. 

 

Piers Morgan, o apresentador britânico da CNN, escreveu um curioso artigo sobre Mitt Romney: "He's one of the least principled politicians I've met. But I believe Mitt Romney might just save America". Uma espécie de endorsement


14
Out 12
publicado por Nuno Gouveia, às 22:40link do post | comentar | ver comentários (5)

 

Mitt Romney lidera em quase todas as sondagens nacionais (por curta margem) e nos swing-states as coisas estão muito equilibradas. No entanto, o "momentum" está do lado do candidato republicano, e por isso Barack Obama precisa rapidamente de mudar novamente a narrativa desta campanha. E a melhor oportunidade que terá será no debate desta terça-feira, que será realizado no formato "Town Hall", com os candidatos a responderem directamente a perguntas do público. Como o terceiro debate será sobre política externa, esta é a melhor altura para Obama colocar Mitt Romney à defesa nas áreas mais frágeis. No pré debate de 3 de Outubro, o republicano estava encostado às cordas e a história que a equipa de Obama vinha a contar, sobre um predador milionário que está desligado dos problemas dos americanos estava a ter sucesso. Obama precisa de voltar a colocar esses narrativa na ordem do dia. Romney tentará manter a dinâmica de vitória que alcançou em Denver, demonstrando que a sua performance brilhante não foi um acaso. 

 

Não tenho dúvidas que Obama, depois da "debacle" do primeiro confronto, estará muito melhor. Vamos ver um Presidente ao ataque, a defender melhor o seu trabalho como Presidente e sem aquelas expressões de cansaço ou até irritação por estar a debater com Romney. Além disso, este é um debate com público. E a forma como os candidatos vão interagir com a audiência também será importante. E, neste ponto, penso que Obama leva vantagem. Mas isso pode não chegar, sobretudo se Romney conseguir uma prestação positiva. 


10
Out 12
publicado por Nuno Gouveia, às 01:16link do post | comentar | ver comentários (12)

 

Como antecipei ontem, Mitt Romney lidera pela primeira vez desde Outubro de 2011 a média de sondagens do Real Clear Politics. Das quatro sondagens publicadas hoje, o republicano lidera em três e está em empatado na tracking poll da Rasmussen. Ao nível das sondagens estaduais, Romney aparece agora à frente em vários swing-states, e colocou estados como a Pensilvânia e Michigan em jogo. Se as sondagens a nível nacional mantiverem esta tendência, é bem provável que ultrapasse Obama na maioria dos swing-states, como no Ohio, Virgínia ou Florida. Deve a equipa de Obama entrar em pânico, como sugeriu ontem o apoiante do Presidente, Andrew Sullivan? Não me parece. 

 

Barack Obama está em maus lençóis e é provável que o rumo das sondagens continue a favor de Romney nos próximos dias. Mas a menos que aconteça uma grande surpresa, Barack Obama continua a ter um caminho mais acessível para a vitória, e ainda aparece muito competitivo nos swing-states. Os fundamentos da corrida mudaram ligeiramente a favor de Romney, mas apesar do seu "momentum", continua too close to call. Seria um erro estratégico para Obama cometer algum acto desesperado, o que normalmente acontece quando as campanhas entram em pânico. Neste momento deverão tentar inverter a tendência já no debate de quinta-feira entre Joe Biden e Paul Ryan (apesar que este debate nunca contará muito), mas sobretudo na próxima semana em Nova Iorque, quando Obama defrontar Romney pela segunda vez. Esta eleição vai ser disputadíssima, como sempre pensei, e tentar adivinhar um desfecho final continua a ser mais wishful thinking do que outra coisa. 


08
Out 12
publicado por Nuno Gouveia, às 23:15link do post | comentar | ver comentários (3)

Começam a ser conhecidas várias sondagens realizadas após o debate presidencial de quarta-feira, e se não podemos concluir ainda sobre o seu efeito global, uma coisa é verdade: Mitt Romney inverteu o rumo desta campanha, e colocou enorme pressão sobre Barack Obama. Na média do Real Clear Politics Mitt Romney está a apenas 0,5% de Obama, e é bem provável que o republicano assuma a liderança durante o dia de amanhã, pela primeira vez desde Outubro de 2011. E, acrescido do facto que esta média contém duas sondagens da Gallup, uma delas que dá 5 pontos de vantagem a Obama e que inclui ainda três dias de recolha de dados antes do debate. A outra, que foi realizada após o debate, dá um empate a 47%. Nas várias sondagens dos swing-states que têm sido publicadas, Romney viu a sua desvantagem reduzida, e estados que já estavam considerados perdidos, como a Pensilvânia e Michigan, dão apenas uma curta vantagem a Obama. Mais, e não por acaso, hoje Paul Ryan realizou um comício no Michigan, de onde os republicanos tinham retirado no inicio de Setembro. A grande dúvida neste momento é o Ohio, mas amanhã deverão ser publicadas sondagens deste estado fundamental para os republicanos.

 

Estes números significam que Mitt Romney passou a ser o favorito? Não. A matemática nos swing-states continua a ser favorável a Barack Obama e ainda estamos a enfrentar a euforia dos republicanos pelo debate de quarta-feira, aliada a um pessimismo reinante nas hostes do Presidente. Mas ainda haverá mais dois debates, e a acrescer ao debate entre candidatos a vice-presidentes, nesta quinta-feira, que poderão contribuir para baralhar novamente as contas. A vitória de Romney na semana passada foi importante para abanar a corrida e elevar a sua candidatura. Desconfio que até Novembro não voltaremos a ler criticas vindas do campo republicano, agora que está unido em redor do seu candidato. Mas Romney precisa de provar que a sua prestação do debate não foi um caso isolado, e para isso, precisa de voltar a brilhar nos próximos debates. Obama continua com os cofres bem recheados (irá atingir em breve a fantástica soma de mil milhões de dólares) e ainda lidera na maioria dos swing-states. Mas se Romney for eleito Presidente, os livros de história irão todos eles apontar o debate de Denver como a principal momento dessa vitória. 


06
Out 12
publicado por Alexandre Burmester, às 15:28link do post | comentar | ver comentários (1)

Não vou entrar na discussão - algo bizantina - acerca do rigor dos números do desemprego ontem divulgados pelo Departamento de Estatísticas Laborais dos E.U.A., mas direi apenas isto: mensalmente, cerca de 250.000 pessoas chegam ao mercado de trabalho; assim sendo, como é que, num mês em que apenas 114.000 novos empregos (abaixo da expectativa) foram criados, a taxa de desemprego baixou de 8,1% para 7,8%? A resposta só pode ser uma: o número de pessoas que desistiu de procurar emprego e, como tal, deixou de contar para a estatística.

 

Independentemente da discussão em torno dos números do desemprego, o público em geral tende a olhar para o cabeçalho, neste caso, "Desemprego baixa assinalavelmente", e isso só pode ser benéfico para o Presidente Obama, embora possa argumentar-se que, nesta fase da campanha, as descidas ou subidas do desemprego já não alterarão o sentido de voto do eleitorado, o qual já terá incluído essas flutuações na sua decisão. Mas os números de ontem decerto não prejudicarão em nada Barack Obama.

 

Os adeptos do Presidente irão agora observar co0m atenção - e porventura alguma ansiedade - as próximas sondagens, na tentativa de discernirem uma recuperação presidencial depois do desastre de Denver. Em relação a este último, embora ainda seja cedo, a verdade é que a corrida parece estar a ser afectada por aquele quase-cataclismo, com algumas sondagens a darem vantagem a Mitt Romney nos cruciais estados de Florida, Virgínia e, sobretudo, Ohio, um estado sem o qual os republicanos nunca ganharam a Casa Branca. E a nível nacional, a corrida está a tornar-se mais renhida - mas já havia sinais disso antes de Denver.

 

Que esperar daqui para a frente? Bem, é difícil Obama ter mais duas prestações tão fracas como a de Denver nos próximos dois debates. Mas o principal trunfo retirado por Romney do primeiro debate nem foi tanto, a meu ver, a sua clara vitória, mas sim a oportunidade que teve - e aproveitou - de dar-se finalmente a conhecer ao eleitorado em geral. Pelo que, não creio que os próximos dois debates venham a ser tão influentes como este, exceptuando gaffes monumentais, nem, tampouco, o debate vice-presidencial, no qual, contudo, prevejo que o Vice-Presidente Joe Biden vá tentar colocar à defesa o Congressista Paul Ryan.

 

Perante este quadro, acho que a corrida vai permanecer renhida até ao fim e que, precisamente de hoje a um mês, quando os eleitores americanos forem votar, só uma pessoa arrojada ousará prever com um grande grau de certeza o resultado da eleição.


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