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Fev 16
publicado por Alexandre Burmester, às 17:06link do post

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Contra o costume - mas não contra a expectativa dos últimos dias - a primária de New Hampshire, em vez de ajudar a clarificar ambos os campos, introduziu ainda mais confusão.

 

Se as vitórias de Donald Trump e Bernie Sanders eram esperadas - mas não a margem do triunfo deste último: mais de 20 pontos percentuais - à saída de Iowa a expectativa era que Marco Rubio, com um excelente terceiro lugar, conseguisse ser segundo em New Hampshire, assim prosseguindo a sua estratégia de "3-2-1", isto é, terceiro em Iowa, segundo em New Hampshire e primeiro na Carolina do Sul, próxima primária republicana. Contudo, o fraco desempenho do senador pela Flórida no debate do passado sábado terá sido fatal para os seus objectivos no "Granite State", onde acabou por apenas conseguir o quinto lugar, atrás de John Kasich, Ted Cruz e Jeb Bush (e, claro, de Trump). 

 

Está, portanto instalado o caos - este termo não me parece exagerado - no campo do "establishment" republicano (já agora: incluir Rubio entre os candidatos do "establishment", ele que chegou ao Senado com o apoio do Tea Party e desafiando o candidato "oficial" dos republicanos na respectiva primária, é um pouco de exagero, só possível pelo inesperado fenómeno Trump).

 

Será muito difícil a Kasich ter algum impacto de monta na Carolina do Sul ou no Nevada (os próximos estados a votarem), e a sua estratégia parece ser aguentar-se até que a campanha se vire para estados industrializados como Michigan e Ohio (é um popular governador deste último), mas antes disso terá a "Super Terça-Feira", a 1 de Março, onde cerca de uma dúzia de estados votarão, principalmente estados do Sul, e aí o terreno não lhe será favorável.

 

Ted Cruz não decepcionou nem brilhou em New Hampshire, onde as suas expectativas nunca foram grandes, dado não ser o melhor dos ambientes para alguém que seja o candidato dos conservadores evangélicos, como Cruz claramente é. A sua campanha não foi, portanto, afectada, e as suas aspirações mantêm-se intactas (e nas sondagens nacionais tem-se aproximado de Trump: a actual média no site realclearpolitics dá 30%-21% de vantagem a Trump). Mas, para ganhar ímpeto, não pode limitar-se a ir ficando em segundo lugar atrás de Trump nos vários confrontos que se avizinham, até porque está longe de ser certo que, quando outros candidatos forem desistindo, os apoiantes deles passem para o seu campo.

 

Marco Rubio sofreu um duro golpe e, se não tiver um bom resultado na Carolina do Sul, a sua candidatura estará em muito maus lençóis. Jeb Bush "limitou o prejuízo", como dizem os ciclistas que descolam nas subidas mais íngremes, mas quer-me parecer que tem os dias contados. Chris Christie parece que vai "suspender a campanha", eufemismo para a desistência, e Carly Fiorina e Ben Carson não contam para este filme.

 

Do lado democrático, Sanders pode ter tido uma retumbante vitória, mas continua a afigurar-se difícil o seu progresso. Nevada e Carolina do Sul, com os seus importantes blocos de votos latino e afro-americano, respectivamente, não são terreno favorável para o socialista de Vermont, cujo apoio entre as minorias é limitado. Mas tem angariado fundos impressionantes com origem em contribuições individuais e tem, portanto, meios para levar a luta até ao disputado mês de Março, em cuja primeira quinzena haverá uma verdadeira avalanche de primárias e onde tudo, do lado democrático, poderá ficar decidido. Apesar de tudo, Clinton continua, porém, a ser a favorita neste campo.

 

Os próximos tempos prometem ser interessantes.

 

Foto: John Kasich, Governador do Ohio, após o anúncio dos resultados em New Hampshire.


Por isso que critico o imediatismo da imprensa nesses assuntos, Toda a narrativa que iniciou-se após Iowa ja acabou.
Sobre os dems, outra grande dificuldade de Sanders são os superdelegados. Contando com eles, Hilary lidera por 388 a 50. Difícil pra ele tirar essa vantagem
Emerson a 10 de Fevereiro de 2016 às 19:07

Pelo que se viu há 8 anos, provavelmente o superdelegados na prática não decidem nada - no fim vão votar de acordo com a maioria dos delegados eleitos.
Miguel Madeira a 10 de Fevereiro de 2016 às 22:08

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