Ao mesmo tempo que mediava o frágil acordo de paz entre Israel e o Hamas, e recebia, por isso, elogios de Hillary Clinton, o Presidente Morsi do Egipto decretava o aumento de poderes para ele próprio, dando mais uma machadada na sua credibilidade de democrata. Mas até quando poderá Obama ficar em silêncio, isto se o Egipto continuar a afastar-se da democracia e a ameaça da teocracia continuar a aumentarl? A ajuda financeira permanece idêntica à era de Mubarak (o Egipto é um dos países que recebe mais ajuda dos Estados Unidos), mas começa a existir contestação em Washington a esses apoios. Creio que a Administração Obama percebe que tudo deve fazer para manter o Egipto próximo, e por isso, tem evitado criticar veemente o país dos Faraós. Mas também tenho muitas dúvidas se este género de declarações será suficiente. Com a situação síria, a ameaça nuclear iraniana, o Afeganistão ainda em chamas, o Iraque a dar sinais do regresso da violência sectária, esta região do globo será certamente uma dor de cabeça para o segundo mandato do Presidente.