31
Jan 11
publicado por Nuno Gouveia, às 17:10link do post | comentar

 

O Politico arranca hoje a sua cobertura das eleições presidenciais com o microsite 2012 Live. Sendo já uma das marcas mais fortes no mundo da política na Internet, o Politico tem uma vantagem em relação a outros sites como o Huffington Post: não está ligado a nenhuma das facções políticas. No mês de Novembro bateu o recorde de 6 milhões de utilizadores únicos e deverá crescer muito nos próximos dois anos. Sobre este assunto, aconselho uma peça do NY Times sobre a cobertura digital da próxima campanha presidencial.


29
Jan 11
publicado por Nuno Gouveia, às 18:52link do post | comentar | ver comentários (1)

 

Numa posição muito difícil, Barack Obama não perdeu mais tempo e emitiu ontem uma declaração sobre os protestos no Egipto. Sem deixar cair o seu aliado mais importante do mundo árabe, Obama reafirmou o pedido de reformas democráticas no país e apelou ao governo para não reprimir os manifestantes.

 

Deixo aqui alguns artigos que li sobre o assunto que podem suscitar o vosso interesse.

 

Robert Kaplan, na Foreign Affairs, relativiza o perigo destas revoluções (Tunísia e Egipto) em transformarem-se em repetições do Irão 1979 e defende que Barack Obama deve criar condições para facilitar a tarefa das forças democráticas na região. Ainda na Foreign Policy, cinco especialistas do Médio Oriente analisam a situação e da resposta da Administração americana aos acontecimentos.

 

O Washington Post, em editorial, pede a Barack Obama para "cortar" ligações com Hosni Mubarak e oferecer apoio às forças democráticas lideradas por El Baradei. Ainda no mesmo jornal, num artigo de Robert Satloff, algumas acções que os Estados Unidos devem desenvolver para apoiar as revoluções do mundo árabe, nomeadamente na Tunísia.

 

Jonathan Kay, no National Post, faz uma defesa optimista da implementação da democracia no Médio Oriente. Por fim, o Daily Telegraph informa que os Estados Unidos estariam a apoiar secretamente um grupo da oposição egípcia desde 2007.



28
Jan 11
publicado por Nuno Gouveia, às 20:03link do post | comentar | ver comentários (2)

 

Hillary Clinton finalmente falou sobre a revolta que o Egipto está a enfrentar. Dado que se trata de um aliado fundamental na região, os Estados Unidos enfrentam aqui um dilema: apoiar o regime de Hosni Mubarak, como a Administração Obama tem feito, ou, pelo contrário, dar um sinal claro de apoio às forças da democracia. Estas declarações de Hillary Clinton apontam para este último argumento. Mas convém não deixar o Vice-Presidente Joe Biden falar muito sobre o assunto. E não ficava nada mal ao Presidente dizer umas palavras sobre o assunto. Veremos se, com o intensificar dos protestos, Barack Obama fala ao mundo.

 

Ainda sobre o assunto, aconselho a leitura deste editorial do Washington Post.



publicado por Nuno Gouveia, às 10:32link do post | comentar

His Excellency: George Washington, 2004

 

George Washington foi uma personalidade notável e um dos grandes responsáveis pelos Estados Unidos serem aquilo que são hoje. Sem a sua força e visão, talvez hoje o norte do continente americano fosse ocupado por vários países, ao invés do Canadá e Estados Unidos. O mito em redor do homem é extraordinário, mas não é por acaso que hoje é, talvez, a personalidade mais glorificada e respeitada pelo povo americano. Na fundação dos Estados Unidos tivemos os Pais Fundadores, e, numa categoria à parte, coloca-se o general George Washington, o pai da União. Admito que pouco conhecia da vida deste homem que tão louvável legado deixou. Este livro é precisamente para aqueles que querem conhecer algo mais sobre Washington. Uma excelente introdução à sua vida, desde os seus tempos de miliciano ao serviço da Coroa Britânica até ao retiro no Mount Vernon, depois de dois mandatos na presidência do jovem país.

 

Um livro do historiador Joseph J. Ellis, vencedor de um Prémio Pulitzer e autor de diversas obras sobre o período da revolução americana.



27
Jan 11
publicado por Nuno Gouveia, às 22:43link do post | comentar | ver comentários (3)

A Time desta semana dá uma preciosa ajuda à nova estratégia de Barack Obama. Não será certamente por acaso. A reportagem da Time é uma excelente peça publicitária para Obama, numa altura em que prepara a sua campanha de reeleição assente num perfil centrista e moderado. E que melhor do que ter uma comparação benigna com Ronald Reagan, provavelmente o presidente republicano mais popular desde Abraham Lincoln?



publicado por Nuno Gouveia, às 16:46link do post | comentar

Organizado pelo Instituto Transatlântico Democrático, o Jantar Debate, subordinado ao tema "Crise financeira e possíveis caminhos", realiza-se no dia 2 de Fevereiro, (Quarta-feira), a partir das 20 horas, no Círculo Eça de Queiróz, em Lisboa. O orador é o Professor James Barth, da Universidade de Auburn, Alabama, especialista em mercados financeiros.

 

O preço do evento é de € 30,00/pessoa e as inscrições decorrerão até 2 de Fevereiro. Mais informações através deste email.


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26
Jan 11
publicado por José Gomes André, às 16:20link do post | comentar

1. Em termos formais, o discurso foi irrepreensível, como é costume. Obama é um excelente orador, cativante e eloquente. Houve além disso maior cuidado em não tornar o texto excessivamente gongórico, ouvindo-se mais "soundbites", frases curtas e expressões coloquiais do que é costume. (Discurso completo aqui).

 

2. Como seria de esperar, Obama vira ao centroPiscou os olhos à Direita (controlar o défice, diminuir o peso do Estado, optar por uma reforma fiscal que torne o processo mais transparente e eficiente), sem abandonar por completo a retórica "Democrata" (defendendo um papel do governo federal na promoção da educação e inovação; aludindo à revogação do "don't ask, don't tell"; insistindo na necessidade de construir infra-estruturas com fundos estatais). O tom conciliatório do seu discurso seguiu uma estratégia há muito traçada (nem sempre posta em prática...), embora tenha sido especialmente feliz a crítica à radicalização do debate político.

 

3. O discurso teve uma forte componente emocional, quase dramática. Numa era turbulenta, Obama insistiu na necessidade de os americanos se unirem e trabalharem em conjunto para superarem os grandes desafios do presente. Entre apelos patrióticos e uma retórica profundamente nacionalista, houve mesmo referências à "luta espacial" dos anos 60 com os russos. O "soundbite" da noite terá sido "This is our Sputnik moment".

 

4. Poucas foram as propostas concretas. Obama sabe que deixou de controlar o Congresso, estando por isso numa posição frágil para impor as suas opções legislativas. Em todo o caso, revelou algumas prioridades louváveis: congelar os gastos nos próximos cinco anos, sem diminuir a aposta na segurança e na Defesa (um desafio hercúleo), apostar nas energias renováveis (para que, em 2035, 80% da electricidade provenha de energias "limpas"), estabelecer mais acordos comerciais bilaterais (aqui terá forte apoio Republicano), prosseguir e ampliar o "Race to the Top" (um programa de incentivo à competitividade entre escolas, para melhoria dos processos educativos).

 

5. Na política externa, confirma-se o desejo de começar a retirada do Afeganistão em Julho de 2011, objectivo utópico que as chefias militares têm criticado. Registei uma aproximação à teoria do "globalismo democrático", reafirmado porém num contexto "exemplarista" e não "intervencionista": a América deseja promover e apoiar a democratização em África e na Ásia, mas por meios diplomáticos e não por via das armas. Também se anunciou uma continuidade na promoção do unilateralismo e na expansão de ligações com potências emergentes e novos mercados, particularmente na América do Sul.

 

6. Em suma, pouco de novo, embora transmitido com o habitual entusiasmo e elegância. O grande desafio só agora começa: uma Administração Democrata (pensando em 2012), um Senado instável, uma Câmara dos Representantes controlada pelos Republicanos. E um desafio impossível (reduzir o défice sem cortar em nenhum programa federal indispensável, numa era de crise económica), para o qual neste momento nem Democratas nem Republicanos têm resposta. Nuvens negras pairam sobre Washington.

 


publicado por Nuno Gouveia, às 16:19link do post | comentar | ver comentários (2)

Pela minha parte não tenho muito a dizer do discurso de ontem. Foi o discurso previsível, sem grandes novidades, e que marcou o regresso à tradição centrista de Bill Clinton. Não teve o brilho de outros, mas foi eficaz no sentido em que deverá ter mantido o clima de recuperação de popularidade iniciado no final do ano passado. Foi o primeiro discurso da campanha da reeleição e Obama anunciou ao que vinha: os tempos de radicalização fazem parte do passado, e agora é tempo de voltar a unir o povo americano em torno de ideias centristas. O GOP, que ontem até conseguiu quebrar com a tradição de más respostas ao discurso do Estado União, com o congressista Paul Ryan, não teve grandes motivos para sorrir. Além da boa resposta que o discurso de Obama parece ter suscitado na sociedade americana, a sombra do tea party ontem voltou a fazer das suas, com o discurso de Michele Bachmann a ofuscar a intervenção oficial do Partido Republicano. Enquanto Obama dirige-se ao centro, o Partido Republicano terá que lidar com um tea party acantonado à direita.



25
Jan 11
publicado por Nuno Gouveia, às 21:50link do post | comentar | ver comentários (5)

Tim Pawlenty não é propriamente um político muito conhecido fora das fronteiras do Minnesota, onde foi governador nos últimos oito anos. Mas em 2011 será um dos nomes que irá circular nas páginas dos jornais americanos, pois é certo que será candidato à nomeação republicana. Este vídeo, num estilo cinematográfico, não se destina a promover o seu novo livro. É o arranque oficioso da sua candidatura. Ao melhor estilo da política americana.

 


publicado por Nuno Gouveia, às 16:55link do post | comentar

O cerimonial do discurso do Estado da União é também composto por uma resposta oficial do partido da oposição. Mas depois do discurso presidencial, a resposta da oposição perde sempre na comparação. Nos últimos anos, as respostas têm sido muito fracas, e até prejudiciais para os seus protagonistas. Bobby Jindal, governador republicano da Louisiana, no primeiro discurso de Obama, teve uma resposta tão fraca que o seu nome desapareceu dos radares durante uns meses. Ano passado o nível melhorou, com o governador Bob McDonnell, da Virgínia, que discursou directamente da sala legislativa estadual. Mas, ninguém se lembrará propriamente do que ele disse. Este ano a escolha do GOP recaiu novamente numa estrela em ascensão (existem rumores que o governador de New Jersey, Chris Cristie, recusou a "honra"), o congressista Paul Ryan do Wisconsin. Um político brilhante que tem vindo a subir na escola de valores republicanos devido às suas intervenções sobretudo económicas. Mas o tea party, que tem vindo a reclamar um lugar na mesa dos grandes, preparou também uma resposta em directo, através de Michele Bachmann, congressista do Minnesota e uma das vozes do tea party em Washington. Consta-se que estará a pensar em candidatar-se se Sarah Palin ficar no Alaska pela ala tea party. Uma espécie de Sarah Palin sem o seu star power.


publicado por Nuno Gouveia, às 15:18link do post | comentar | ver comentários (1)

Segundo o Real Clear Politics:


1. Abraham Lincoln - December 1, 1862

 

2. James Monroe - December 2, 1823

3. Franklin Roosevelt - January 6, 1941

4. George Washington - January 8, 1790

5. George W. Bush - January 29, 2002

6. Lyndon Johnson - January 4, 1965

7. Bill Clinton - January 23, 1996

8. Gerald Ford - January 15, 1975

9. Harry Truman - January 6, 1947

10. Woodrow Wilson - December 2, 1913


24
Jan 11
publicado por Nuno Gouveia, às 18:07link do post | comentar

 

Amanhã Barack Obama discursa no tradicional discurso do Estado da União. Uma boa reportagem de Jack Tapper, da ABC News, com especial enfoque na novidade neste ano: republicanos e democratas vão sentar-se lado a lado, num esforço bipartidário que surgiu após o massacre de Tucson.

 

Ainda sobre este assunto, fica um link para o texto que José Gomes André escreveu ano passado sobre o tema.


22
Jan 11
publicado por Nuno Gouveia, às 18:40link do post | comentar

Rudy Guiliani em 2007, por esta altura, era o destacado frontrunner nas primárias americanas. Mas depois de uma das piores campanhas presidenciais que há memória, Rudy passou ao lado das primárias e nem sequer chegou à Super Terça-feira. Nas últimas semanas tem-se desdobrado em entrevistas,  dizendo que poderá de novo candidatar-se a Presidente. Não sei se irá mesmo avançar, mas o seu star power nunca mais foi o mesmo desde 2008, e neste momento parecem quase nulas as suas reais possibilidades de vitória. Mas é mais um nome a juntar ao enorme leque de pré-candidatos que andam por ai. Com três certezas apenas: Mitt Romney, Tim Pawlenty e Newt Gingrich deverão mesmo ser candidatos.


20
Jan 11
publicado por Nuno Gouveia, às 23:46link do post | comentar

Hoje comemora-se o 30º aniversário da tomada de posse de Ronald Reagan. Um discurso para a história americana.


publicado por Nuno Gouveia, às 21:06link do post | comentar | ver comentários (6)

O José Gomes André analisou aqui os primeiros dois anos de Barack Obama. Não tenho nada a acrescentar à sua excelente exposição. Mas que Obama teremos nestes próximos dois anos?

Após a derrota do Partido Democrata nas eleições intercalares, muito se questionou sobre a actuação de Obama no futuro. Após dois meses penso que já temos uma ideia concreta. A contratação de Bill Daley para Chefe de Gabinete* parece indicar que irá moderar a actuação da Casa Branca. Digo parece, pois já quando convidou Rahm Emanuel o mesmo foi dito. Mas acredito que irá haver uma verdadeira aproximação ao centro, muito ao estilo de Bill Clinton depois de 1994. Se é convicta ou oportunista, também não tenho grande ilusões: Obama quer ser reeleito. A sua linha orientadora dos próximos dois anos será a vitória nas eleições presidenciais de 2012.

Os seus estrategas, que melhor do que ninguém sabem analisar este tipo de situações, olharam os números e verificaram uma coisa: é preciso recuperar o apoio dos independentes. E nem é preciso dar grande atenção à esquerda, pois esta não terá outra alternativa do que apoiar e mobilizar-se para derrotar o candidato do GOP.  A agenda ideológica deste primeiro mandato está concretizada, portanto é preciso recuperar os eleitores, entretanto desiludidos, para conseguir um segundo. E depois fazer o restante. E como chegar até lá nestes dois próximos anos?

Obama tem tentado criar uma imagem percebeu a mensagem e irá adoptar politicas mais centristas. O acordo para a permanência dos Bush Tax Cuts, a contratação de Bill Daley, a suavização da mensagem “liberal” no seu discurso ou o tom mais conciliador, são alguns dos sinais que recebemos nos últimos meses. A excelente resposta ao massacre de Tucson também segue o mesmo tom dos últimos meses. Infelizmente para ele, o sucesso desta estratégia não depende somente dele. Os republicanos, agora em maioria na Câmara dos Representantes, também são detentores de Poder. Sabendo que dificilmente poderão aprovar alguma coisa sem o beneplácito de Obama (a maioria no Senado assim o determina), os republicanos precisam de mostrar trabalho, sem que isso seja apresentado ao povo americano como uma vitória de Obama. Um equilíbrio difícil, como vimos nos últimos dois meses do ano. A luta política, que em breve irá deslocar-se para a campanha das primárias republicanas, também passará por estas negociações em Washington. Obama irá apresentar-se como um centrista e um político conciliador, muito ao estilo da campanha de 2008. Os republicanos tentarão desenvolver uma agenda de resultados, mas sem grandes concessões aos democratas, tentando ao mesmo tempo fugir à ideia do partido obstrucionista.

Não será tarefa fácil para os dois lados, mas o cenário, para mim, apresenta-se mais favorável para Obama. A falta de um candidato forte do lado republicano, juntamente com o abandono de um discurso mais ideológico por parte de Obama, podem transformar as presidenciais de 2012 bem mais fáceis para o incumbente. Mas devido ao nível do desemprego e da economia, é muito cedo para fazer tal prognóstico. Serão dois anos muito animados, certamente.

*esta tradução literal não me satisfaz, pois é muito mais do que isso, funcionando como um verdadeiro número dois da Admnistração


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publicado por Nuno Gouveia, às 13:22link do post | comentar | ver comentários (4)

Ontem este blogue fez um ano, que teria passado despercebido sem a perspicácia do Pedro Correia, a quem agradeço a referência. Obrigado também a todos que nos costumam visitar. Agora venha mais outro, com a certeza que não faltarão temas de debate.


publicado por José Gomes André, às 01:08link do post | comentar | ver comentários (2)

1. Nota prévia: já é possível fazer um balanço moderado do mandato de Obama, mas não passou tempo suficiente para traçar análises conclusivas e taxativas da sua Presidência como um todo.

 

2. Ninguém o pode criticar por falta de voluntarismo, mas numa era marcada pela crise económica mundial, pelos défices, desemprego e dívidas públicas, Obama não tem sido capaz de inverter tendências negativas. A recuperação económica americana é tímida, a eficácia dos pacotes de estímulo ainda está por comprovar e os números do desemprego são muito preocupantes. Obama não é o culpado pela situação, mas é o rosto da inaptidão governativa para alterar este quadro negro.

 

3. A economia é o calcanhar de Aquiles do actual Presidente, mas há outras insuficiências no seu (meio) mandato: a inépcia no caso “Guantanamo”, a inabilidade para promover dinâmicas bipartidárias no Congresso, a impotência para avançar com necessárias reformas nas leis ambientais, a ausência de uma política consistente para o Médio Oriente e um estilo pontualmente demasiado arrogante.

 

4. Estas fragilidades são compensadas com vários feitos legislativos de grande monta: reforma da saúde, reforma financeira, revogação do “don’t ask, don’t tell”, extensos programas de apoio na educação e nos transportes. Na política externa, o sucesso do novo Tratado START com a Rússia (para a não-proliferação nuclear), o aprofundamento das relações com potências emergentes, a resistência ao populismo económico (nomeadamente ao proteccionismo), o isolamento do Irão, a promoção de um efectivo multilateralismo e um vasto e bem-sucedido esforço de relações públicas para melhorar a imagem dos EUA no mundo (não é um pormenor de somenos importância).

 

5. Os próximos dois anos serão muito exigentes. Obama terá de lidar com uma Câmara dos Representantes hostil e com um Senado volátil. Será forçado a virar-se para o bipartidarismo, sem contudo perder a sua posição de “líder político”. E necessitará de cooperar com o adversário, ao mesmo tempo que prepara a sua campanha de reeleição. Tempos difíceis esperam o Presidente.

 

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19
Jan 11
publicado por Nuno Gouveia, às 11:24link do post | comentar

A longa carreira política de Joe Lieberman está a chegar ao fim. Segundo fontes democratas, o senador não vai recandidatar-se em 2012, o que não surpreenderá ninguém. Senador desde 1988, Lieberman assumiu grande protagonismo na vida política nos últimos anos. Primeiro, em 2000, ao candidatar-se a Vice Presidente no ticket de Al Gore. Quatro anos depois, ele próprio tentou a nomeação democrata, mas sem grande sucesso. A sua visão pró-guerra do Iraque valeu-lhe uma derrota nas primárias de 2006, mas Lieberman não desistiu e foi reeleito senador como Independente. Em 2008, num passo surpreendente, e talvez (não tenho a certeza disto) inédito para um antigo candidato a VP, apoiou o republicano e amigo de longa data John McCain para Presidente. Discursou na Convenção Republicana, foi muito bem recebido e chegou a ser apontado como o preferido para VP de McCain. Nos bastidores comentou-se que só não foi a escolha final porque a base conservadora ameaçou transformar a Convenção num inferno, o que fez com que McCain se virasse para Tim Pawlenty e finalmente para Sarah Palin.

 

Lieberman é actualmente uma das vozes moderadas do caucus democrata no Senado, apesar do seu estatuto de independente. Nunca se passou para os republicanos, apesar das grandes divergências com os seus colegas democratas. A grande amizade com Harry Reid, que sempre o protegeu nestes últimos anos, manteve-o no mesmo lado. As suas perspectivas para 2012 seriam sempre difíceis. Se avançasse como Independente, desta vez era provável que tivesse uma oposição séria de um republicano, o que não aconteceu em 2006. A hipótese de vencer uma primária, republicana ou democrata, neste momento era meramente académica. Portanto, com o cenário de reeleição bastante reduzido, Lieberman optou pela retirada. Uma longa carreira que, indiscutivelmente, teve os seus méritos e deixou uma marca bem vincada na vida política americana.


18
Jan 11
publicado por Nuno Gouveia, às 22:41link do post | comentar

 

Morreu Sargent Shriver, fundador dos Peace Corps e candidato a Vice presidente em 1972 pelo Partido Democrata. A sua longa carreira política e cívica iniciou-se no final da década de 30, ao lado da corrente isolacionista antes da II Guerra Mundial. Apesar disso, combateu na marinha na guerra do pacífico, ganhando uma Purple Heart na batalha de Guadalcanal. Na década de 50 entrou para o clã dos Kennedy, ao casar com Eunice Kennedy, irmã de JFK. Uma das suas filhas é Maria Shriver, esposa de Arnold Schwarzenegger. O seu envolvimento mais activo na política foi na década de 60, onde colaborou directamente na vitória do seu cunhado nas presidenciais de 1960. Foi durante o mandato de JFK que ajudou a fundar os Peace Corps, tendo sido o seu primeiro director. Mais tarde colaborou com a Administração Jonhson. Desiludido com a a guerra do Vietname, afastou-se e foi durante dois anos Embaixador em França. Em 1972, devido ao afastamento do candidato a VP, Thomas Eagleton, depois de ser revelado que este sofria de problemas mentais, Shriver foi convidado para ser o parceiro de McGovern na tentativa de derrotar Richard Nixon. Uma campanha desastrada. Em 1976 ainda tentou a nomeação democrata, mas as coisas não correram bem. Posteriormente abandonou a carreira política, tendo sido presidente dos Special Olympics. Faleceu hoje com a doença de Alzheimer, aos 95 anos.

 


publicado por Nuno Gouveia, às 11:13link do post | comentar

 

Primary, um documentário de 1960, do realizador Robert Drew, é uma peça histórica sobre a forma de fazer política nos anos 60. Cobrindo a campanha para as eleições primárias no Wisconsin, entre John F. Kennedy e Hubert Humphrey, este documentário mostra-nos os bastidores e a linha da frente de uma campanha presidencial. Na época eram ainda poucas as primárias directas, mas o Wisconsin oferecia aos candidatos a oportunidade de lutarem directamente pelos delegados nas Convenções Nacionais. Hoje as campanhas presidenciais são bem diferentes, com os mega-comícios em grandes pavilhões e encontros nos aeroportos. Talvez apenas no Iowa e no New Hampshire ainda permaneça este género de fazer política. Transpondo este documentário para a actualidade, pensei logo na última campanha para as primárias democratas no Iowa: Barack Obama, qual JFK, gerando um enorme entusiasmo nos mais jovens e e recebido com uma euforia rara. Hillary Clinton, qual Humphrey, em campanha pelos distritos rurais do Estado e com um discurso pouco atractivo e mobilizador. Aconselho a visualização deste Primary, que para além do valor histórico, vale também pela qualidade cinematográfica com que apresenta estes dois políticos americanos do século passado.


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