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Nov 11
publicado por Nuno Gouveia, às 22:27link do post

 

Ontem à noite os oito candidatos republicanos encontraram-se na Carolina do Sul para discutirem exclusivamente temas relacionados com a política externa americana. E a primeira nota, negativa, vão para os organizadores do debate, a CBS News e o National Journal, que simplesmente ignoraram alguns dos assuntos mais prementes para os Estados Unidos. Num debate que durou 90 minutos, nenhuma pergunta sobre Israel, os acordos de comércio livre, o Iraque, a NATO ou as relações com a América Latina. E apenas no fim, já sem grande tempo para os candidatos explorarem, uma pergunta sobre os problemas da zona euro. Muito pouco para tanto tempo. As questões centraram-se quase exclusivamente sobre o Afeganistão/Paquistão, as relações com a China ou a luta contra o terrorismo. Mas exigia-se mais aos moderadores. No próximo dia 22 de Novembro a CNN/American Heritage Foundation e o American Enterprise Institute vão organizar um debate sobre política externa e espero que seja mais bem conseguido. 

 

Sobre o debate propriamente em si, várias confirmações. A primeira, que não constitui grande novidade, é que Herman Cain não está preparado para o cargo a que se está a candidatar. As suas respostas nunca saíram das linhas previamente ensaiadas, não conseguindo demonstrar conhecimento sobre os dossiers. Se a sua queda começou com os escândalos de assédio sexual, este debate serviu para alertar os mais desprevenidos que Cain não é um sério candidato a Presidente. Michelle Bachmann e Rick Santorum estiveram relativamente bem, mas também não conseguiram nenhum momento particularmente positivo para as suas candidaturas. Continuarão irrelevantes nesta campanha. Ron Paul reafirmou a sua oposição às linhas dominantes dentro do partido, demonstrando que continua muito afastado do mainstream republicano. Não terá conquistado um só adepto neste debate. Rick Perry desta vez não sucumbiu, mostrando alguma destreza e confiança nas respostas. Percebe-se que não domina inteiramente os assuntos, mas conseguiu ultrapassar com êxito esta prova. Contudo, insuficiente para introduzir um game changer na sua campanha. E restam Gingrich, Romney e Huntsman, cada vez mais os únicos candidatos que demonstram ter os conhecimentos e capacidades para exercerem o cargo de Presidente. Mas Huntsman, que na política externa tem evidenciado um desvio na linha tradicional do partido em relação ao Afeganistão, não consegue conectar com o eleitorado republicano. E ontem mais uma vez notou-se esse afastamento em relação à base conservadora. Newt Gingrich, assumindo o seu tom professoral natural, ontem esteve bem melhor que nos debates anteriores e assumiu-se, se calhar definitivamente, como o opositor mais sério a Mitt Romney. Será talvez o único candidato, à excepção de Huntsman, que consegue discutir os temas de uma forma profunda com Romney. E os republicanos, depois de testarem várias alternativas, talvez comecem a ouvir com mais atenção o antigo Speaker. Romney esteve como sempre: o melhor candidato em palco. A cada debate que passa, Romney fica mais forte e emerge como a melhor alternativa republicana para defrontar Obama. 

 

PS: Mark Halperin destaca no The Page dez vantagens para Mitt Romney nestas primárias. Com este leque de candidatos, muito dificilmente não será o nomeado em Tampa, no próximo Verão. 


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