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Jul 11
publicado por Nuno Gouveia, às 17:06link do post

Barack Obama fez uma comunicação ao país ontem à noite (a quarta desde o inicio da crise) sobre o aumento do limite do endividamento. Sem acrescentar grande conteúdo ao que tinha dito anteriormente, esta intervenção não disfarçou algo que tem sido evidente nestes últimos dias: Obama foi colocado à margem das negociações. Antes de Obama ter falado ao país, com direito a réplica imediatamente a seguir de John Boehner*, ambos os líderes do Congresso, Harry Reid pelo Senado e John Boehner pela Câmara dos Representantes, tinham apresentado publicamente um plano para aumentar o limite. Ao que parece, Obama discorda dos dois planos, pois nenhum inclui um aumento de impostos, algo que o Presidente defendeu apaixonadamente na sua intervenção. Segundo o que se percebe, a situação irá resolver-se entre as ideias de Reid e Boehner. A grande discussão neste momento é se o limite do endividamento aumenta até depois das eleições presidenciais (a vontade dos democratas e Obama) ou se há novo voto no próximo ano (o desejo dos republicanos).

 

Esta discussão toda mostrou que Obama, até ao momento, nunca conseguiu liderar a discussão neste problema, falhando inclusivé a apresentar um plano detalhado com a sua assinatura. Com os seus indices de popularidade a descer abruptamente deste o inico desta crise, Obama tentou com a sua comunicação de ontem recuperar a opinião pública para o seu lado. Mas se, como se prevê, o acordo entre os dois partidos não tiver um aumento de impostos imediato, Obama sairá perdedor. Mas, como sempre defendi, acredito que até ao final da semana se chegue a um acordo e, depois, veremos quem mais ganhou nesta discussão.

 

*Para se ver a gravidade do momento, esta foi a primeira vez desde 2007, exceptuando os discursos do Estado da União, que o Presidente teve uma resposta imediata em prime-time de um líder republicano. A última vez tinha sido quando Bush anunciou a "surge" no Iraque.


O Presidente Obama não foi "ultrapassado" pelos acontecimentos. Está, sim, desde a sua tomada de posse, a ser selvática (e alarvemente) torpedeado e boicotado pela ala mais direitista dos republicanos, dos "neocons" (leiam à francesa, que é mais explícito) a grupos de autênticos fascistóides, que se fartam de falar em "patriotismo", mas a quem a única coisa coisa que interessa é a defesa dos seus próprios negócios (e negociatas) e dos seus (seus, deles) riquíssimos patrões: para o que não hesitam em recorrer aos métodos mais condenáveis, ou mesmo de pura parvoíce - como propalarem que o Obama não era americano, porque não tinha nascido nos USA e recorrerem a outros argumentos cuja estupidez só é aceite pelo fanatismo dos seus seguidores. Vejam os programas do Jon Stewart ou o último filme do Moore (os anteriores também ajudam), para entenderem melhor como a "pseudo-democracia" americana funciona... a favor dos banqueiros, especuladores, donos de empresas de petróleo ou de armamento, etc.
Mas não falem em "Obama ultrapassado pelos acontecimentos", porque é pura burrice (neste caso, do jornalista, o que não me admira, dada a enorme ignorância, incultura e analfabetismo funcional da maioria dos actuais jornalistas - os que restam não chegam para colocar de novo o jornalismo no patamar de qualidade - em geral - onde já esteve, em tempos cada vez mais recuados).
Paulo Rato a 27 de Julho de 2011 às 22:05

Tantos insultos e nenhum argumento?
Nuno Gouveia a 27 de Julho de 2011 às 23:56

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