Como referi anteriormente, a relação com o Paquistão está cada vez mais perigosa. O anterior presidente Pervez Musharraf, aliado dos americanos, já veio dizer que este ataque é uma violação à integridade territorial do país. E não deixa de ser verdade, pois as autoridades do país não foram informadas do raide militar. Mas Obama não tinha outra solução, e até já o tinha avisado ainda durante a campanha presidencial de 2008. Num debate, penso que com Hillary Clinton, Obama tinha dito que se recebesse informações que Osama Bin Laden estava escondido no Paquistão, daria ordens às forças militares para o capturar ou matar. Foi precisamente isso que aconteceu. Pedir a colaboração aos paquistaneses significaria provavelmente que a operação não seria bem sucedida.
Mas esta questão é problemática, pois há muitos anos que se conhece as relações próximas entre oficiais paquistaneses a a Al-Qaeda e os Talibans. O facto de Bin Laden estar instalado numa cidade com uma base militar, conhecida por ser a "West Point" paquistanesa, deixa pouca margem para dúvidas que estava a ser protegido por altos quadros do exército. As tensões, que nos últimos tempos tinham vindo a subir devido aos ataques dos Drones, entre os Estados Unidos e o Paquistão vão subir ainda mais. Mas ninguém espere uma quebra entre estes dois países. Um Paquistão nuclear e vizinho do Afeganistão é demasiado importante para ser deixado sem apertada vigilância. Esta relação é um dos grandes desafios da Administração Obama.
Sobre esta captura, aconselho a leitura deste artigo da The New Yorker. (de onde retirei essa fotografia)