A Casa Branca publicou hoje o certificado de nascimento de Barack Obama. Depois de anos de rumores infundados, Donald Trump trouxe este assunto para o mainstream, colocando-o na ordem do dia. Esta medida de Obama prova que o tema estava a tornar-se incómodo, afectando a popularidade do Presidente. Nunca ninguém de boa fé terá duvidado que Obama nasceu realmente no Hawaii, e esta polémica foi mantendo-se acesa no underground das teorias da conspiração. Os líderes republicanos nunca puxaram por este assunto, em primeiro, porque sabiam que era mentira, e depois, porque desviava as atenções dos reais problemas. Mas tudo mudou com o blitz mediático do milionário Trump, que durante semanas desafiou o Presidente a mostrar o certificado de nascimento. As leis do Hawaii não o permitiam, mas Obama nunca sentiu a necessidade de enfrentar de frente este problema. Agora, a Casa Branca pediu ao estado do Hawaii para fazer uma excepção e divulgar o certificado original. Não deixa de ser estranho que tenham decidido lançar esta notícia hoje, no mesmo dia em que nomearam Leon Panetta para o Pentágono e David Petraeus para a CIA. Duas excelentes nomeações, que certamente serão bem recebidas em Washington, mas que serão ofuscadas, mediaticamente falando, por este assunto do birth certificate.
Uma nota sobre Trump e os birthers. Para quem observa de longe esta realidade, não deixa de ser patético ver figuras relevantes a darem voz a teorias deste género. Todas as organizações independentes, incluindo vários órgãos de comunicação social, que tinham investigado o assunto concluíram que Obama é um cidadão nascido nos Estados Unidos. O facto de ter chegado a este ponto diz muito do momento político que o país atravessa.